segunda-feira, 2 de maio de 2016

"UBÁ NOTÍCIAS" POSTAGEM Nº1621 - ANO 6


    Lígia Aroeira 
Érica Collares
 
Convidamos ubaenses e amigos que residem em BH,  para assistirem o  espetáculo "Allan Kardec, Um Olhar para a Eternidade".
Com direção da competente Ana Rosa e grande elenco.
Érica é filha dos ubaenses Euro Arantes e Heliane Damiano Collares.

Teatro "Dom Silvério" 
Dias: 7/5(sábado) ás 21h
        8/5(domingo) ás 19h
Valor: R$50,00(inteira) 
http://www.centraldoseventos.com.br/comprar/allan-kardec-um-olha-para-a-eternidade-07-de-maio
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    Elza Marcato
Teatro

O projeto Circulando Arte apresenta a peça sobre a vida do difusor da doutrina espírita, Allan Kardec.
Na montagem, o ator Rogério Fabiano revive as histórias de Hippolyte León DenizardRivail, educador, escritor e tradutor francês que, no fim do século XIX, adotou o pseudônimo Allan Kardec e passou a difundir a doutrina espírita, entrando para a lista dos grandes benfeitores e missionários da humanidade.
Além de Rogério Fabiano, Allan Kardec  um olhar para a eternidade conta com Érica Collares, Bia Barros, Claudio Gardin e Sálvio do Prado no elenco. 
A maior parte dos atores se divide em vários papéis na trama. É o caso de Érica, que interpreta a médium Gertrudes Laforgue e Amélie Gabrielle Boudet, esposa de Kardec.
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Vida de artista
Fabiano Possebon
Entrevista Érica Collares
Érica Collares é atriz, nasceu em Belo Horizonte em 25 de outubro de 1962. Na TV, trabalhou nas novelas “Promessas de Amor” e “Prova de Amor”, ambas da Record, e também na minissérie “Um Menino Maluquinho”. 
Érica, como você sempre se interessou por teatro?
Sim, quando criança eu criava apresentações de teatro e apresentava para vizinhos e familiares.
Que peça você mais gostou de representar?
Eu viajei durante dez anos com espetáculo “Só Depende de Nós” em locais inóspitos do Brasil. Cidades onde as pessoas nunca tinham visto na vida. Foi, realmente, uma experiência inesquecível!
Qual a peça espírita que mais gostou de representar?
A única peça espírita que eu fiz foi “Allan Kardec: Um Olhar Para a Eternidade”. Este espetáculo eu dedico ao meu irmão, Bernardo Collares Arantes, que sofreu um acidente na Patagônia, Argentina, em janeiro de 2011. O dia do ensaio geral deste espetáculo foi no dia em que ele nasceu. Por isso é dedicado a ele.
O que é mais difícil: quando se está ensaiando ou representando?
Ensaiando, porque passamos pelo processo de criação, é uma delicia, mas é um momento onde a insegurança reina. No palco, o personagem já esta construído, depois é só afinar com o publico.
Quanto tempo dura o ensaio?
De 1 a 3 meses (depende da direção, cada diretor tem seu tempo de ensaio). Vai depender também da complexidade do espetáculo.
Como se faz para decorar um texto?
Costumo gravar a peça e fico escutando no carro, na fila e etc... Mas o ideal é ter alguém pra bater o texto. Assim decora mais rápido.
Já aconteceu de dar um “branco”?
Sim. A improvisação é a solução e, claro, dando o sentido do texto, outras vezes algum colega de cena ajuda.
Na sua opinião, o que poderia ser feito para as pessoas se interessarem mais por teatro?
Acho que o governo tem que investir mais em formação de público. Assistir a um espetáculo teatral uma vez por mês deveria fazer parte do currículo escolar. Acho que a cultura no Brasil está muito cara, o custo para montar e manter um espetáculo é muito alto. Seria maravilhoso se tivéssemos o apoio financeiro para fazer as apresentações grátis e atingir a todas as classes sociais.
Me fale uma coisa. O que o ator precisa fazer para conseguir chorar numa peça e também como fazer uma cena de beijo?
Tem que estar inteiro no personagem. Se você está no personagem, a emoção da cena acontece. Concentração é fundamental para o trabalho de ator. Nos ensaios, usamos memória afetiva para encontrar a emoção, depois de encontrada usamos a técnica. A respeito do beijo, beijando, o ator não pode fingir, tem que sentir, ser verdadeiro.
Atualmente, há peças onde há mais interação dos atores com o público. O que você acha disso?
Acredito que qualquer linguagem teatral bem feita é válida. O brasileiro é muito criativo, viajando pelo país conheci artistas geniais. Temos público pra esse tipo de linguagem também.
Uma peça onde haja recursos mais pobres de cenário, você acha que o público deixa de comparecer por causa disso, ou ele valoriza mesmo é o conteúdo da peça?
Um espetáculo emocionante não precisa de recursos para ser bom. Se você tem um bom roteiro e bons atores, a superprodução é desnecessária. Mas existem espetáculos que precisam de recursos maiores e fica fantástico!
Atualmente, ainda há peças que apelam para a nudez a fim de atrair público ou isto está desaparecendo?
A nudez sem conteúdo e gratuito sim é apelativo. No espetáculo “A Alma Imoral”, por exemplo, a atriz Clarice Niskier passa o espetáculo inteiro nua e fica perfeito com o texto. Não fica apelativo.
Você assistiu ao “Sete Minutos”, do Antonio Fagundes? Já passou por aquelas experiências (público conversando durante o espetáculo, atendendo celular, fazendo barulho, etc)?
No teatro, é inevitável passamos por experiências agradáveis e desagradáveis com o público, Cada espetáculo é único, até porque a resposta do público é muito importante.
Uma curiosidade. Por que as peças do Nelson Rodrigues são sempre encenadas ou filmadas?
O primeiro trabalho de Nelson Rodrigues foi no jornal do pai, na parte policial. O que ele escreveu são fatos que conheceu quando escrevia os acontecimentos nessa página . Ele cria uma dramaturgia genial para estes acontecimentos.
Que teatrólogo você acha que é mais difícil representar?
Tragédia Grega. Esse tipo de espetáculo tem que ser muito bem montado. Tenho muita vontade de montar “Antígona”.
Conte-me algo pitoresco que tenha acontecido em sua vida como artista.
Tenho uma filha que é bailarina e estuda na França. Ela estava no Brasil para uma visita e a convidaram para apresentar uma performance em um evento. Quando chegamos, achei o evento muito popular e disse a ela que talvez aquele público não entendesse o que ela iria apresentar. Ela me respondeu: “Mãe, não estou preocupada em agradar a multidão, apenas desenvolvi este trabalho e gostaria de apresentar, sentir se o público se emociona. Eles não precisam entender”. Resultado: adoraram o trabalho dela, todos vieram me parabenizar pela filha. Então, Lição número 1: Não subestime o publico, entre no palco com confiança e inteiro.
Lição número 2: Cuidado com o preconceito, público popular é inteligente, a emoção acontece.
Erica, que conselhos você daria para quem deseja ser ator?
Primeiro tenha certeza que é esta é sua vocação, mas tenha certeza mesmo. Depois desta certeza, estude muito e vá com fé.
Que livros é importante que o iniciante leia sobre o assunto?
No Brasil temos poucas escolas com técnicas diferenciadas. Stanislavski é a base das escolas brasileiras, Seus livros são obrigatórios. Tem uma técnica genial que chegou há poucos anos no Brasil, Michael Chekhov no livro “Para o Ator”, ele tem exercícios excelentes para criação de personagens. Acho que o ator deve estar sempre estudando.
Há quem diga que o teatro está morrendo. O que você acha disso?
O teatro é uma manifestação artística desde a Grécia Antiga. Ele sobreviveu às guerras, crises econômicas... Enquanto houver ser humano, vai existir teatro. O teatro absorve rapidamente a tecnologia, som, luz, projeção, laser... Tudo o teatro absorve.
O que você considera marcante na história do teatro brasileiro?
A luta pela democracia. Admiro muito os artistas que lutaram contra o regime militar.
Érica, muito obrigado pela entrevista. Uma última pergunta. Quais são os seus projetos para o futuro?
Adoraria trabalhar em Cinema. Sou apaixonada por essa arte e consumo bastante. Assisto a filmes europeus, iranianos, indianos, norte-americanos e, claro, argentino. Os argentinos sabem fazer cinema.
JOGO RÁPIDO
Um ator: Ricardo Darin. A adoro os filmes e atores argentinos, eles são de uma naturalidade ímpar.
Uma atriz: Ana Rosa Corrêa. Ana Rosa faz qualquer tipo de personagem. A rica, a pobre, a maluca, etc... Também gosto demais da Charlotte Gainsbourg, atriz anglo-francesa, filha do cantor Serge Gainsboug e Jane Birkin. Charlotte tem trabalho de emoção interior genial.
Uma peça: “Allan Kardec: Um Olhar Para a Eternidade” É muito bom poder levar mensagens de amor pelo Brasil.
Um grande teatrólogo: Bernard Shaw.
Um filme: Amo “O Baile”, de Ettore Scola”. Ontem assisti a um filme canadense maravilhoso! “Cafe de Flore”
Um livro: “Bíblia, versão não autorizada” Tenho me divertido demais com esses quadrinhos da Bíblia. Um humor muito inteligente.
Uma música: “Blues da Piedade”, Cazuza.
Uma frase: “Fora da caridade não há salvação”, Allan Kardec.
Trecho de uma poesia ou de algum texto: “De nuestros miedos nacen nuestros corajes y en nuestras dudas viven nuestras certezas. Los sueños anuncian otra realidad posible y los delirios otra razón. En los extravios nos esperan hallazgos (descobertas), porque es preciso perderse para volver a encontrarse”, Eduardo Galeano.
Uma palavra: Paz.
Uma cidade: Rio de Janeiro e Barcelona. Nessas cidades respiramos arte.
País: Brasil.
Alguma frase interessante que você tenha proferido em alguma peça: “Lisístrata”, de Aristófanes. “só mesmo um homem para acreditar que administrar um país é mais fácil que administrar um lar”.
O ator: Emoção.
O teatro: Uma paixão.
O político: O eleitor faz o político.
Governo brasileiro: Nosso governo está passando por uma limpeza, agora nos resta eleger um congresso mais honesto. O Brasil é roubado desde sua descoberta. Acredito que o povo vai aprender a votar depois de tanto escândalo no nosso congresso.

Uma frase de um grande teatrólogo: “Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem”, Bertold Brecht .
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Um comentário:

  1. Gostei da entrevista da Érica Collares. Enxuta, séria , real.

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