quarta-feira, 30 de março de 2016

"UBÁ NOTÍCIAS" POSTAGEM Nº1593 - ANO 6


    Lígia Aroeira 


Érica Collares

Atriz, atualmente em temporada pelo Brasil encenando a peça "Um Olhar para a Eternidade"
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    Elza Marcato
Entrevista
Nossa conterrânea Rita Perillo Siqueira nos proporcionou oportunidade de conhecer um pouco da atriz Érica Collares, filha dos ubaenses Euro Arantes e Heliane Collares.
Entrevista abaixo no "Espaço Aberto" 
VALE A PENA LER...
UBÁ SEMPRE NA MÍDIA !!! GOSTO DE EXALTAR TALENTOS DE NOSSOS CONTERRÂNEOS e SÃO MUITAS ESTRELAS QUE ENGRANDECEM NOSSA CIDADE. 
VALORIZAR O ATOR É INCENTIVAR QUEM NOS TRAZ INFORMAÇÃO CULTURAL...
REVERENCIO QUEM TEM ESTE DOM !!! 
ÉRICA É FILHA DE NOSSA QUERIDA UBAENSE HELIANE COLLARES, E VEM SE DESTACANDO NA VIDA ARTÍSTICA. PARABÉNS ÉRICA, UBAENSES SE ORGULHAM DE VOCÊ !!!
RITA
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                              Espaço  Aberto          
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Vida de artista
Fabiano Possebon
Érica Collares é atriz, nasceu em Belo Horizonte em 25 de outubro de 1962.
Na TV, trabalhou nas novelas “Promessas de Amor” e “Prova de Amor”, ambas da Record, e também na minissérie “Um Menino Maluquinho”. No Cinema, atuou em “Navalha Na Carne”. Foi apresentadora do Programa “AXN Adventure” e repórter para a “Central da Fama” (Festival de Cinema do Rio de Janeiro), ambos em 2001. Eis algumas peças em que atuou: “Allan Kardec: Um Olhar Para a Eternidade”; “Camas Redondas, Casais Quadrados” (direção de Ana Rosa) e “Meios”.

F-Érica, como você sempre se interessou por teatro?
E-Sim, quando criança eu criava apresentações de teatro e apresentava para vizinhos e familiares.

F-Que peça você mais gostou de representar?
E-Eu viajei durante dez anos com espetáculo “Só Depende de Nós” em locais inóspitos do Brasil. Cidades onde as pessoas nunca tinham visto na vida. Foi, realmente, uma experiência inesquecível!

F-Qual a peça espírita que mais gostou de representar?
E-A única peça espírita que eu fiz foi “Allan Kardec: Um Olhar Para a Eternidade”. Este espetáculo eu dedico ao meu irmão, Bernardo Collares Arantes, que sofreu um acidente na Patagônia, Argentina, em janeiro de 2011. O dia do ensaio geral deste espetáculo foi no dia em que ele nasceu. Por isso é dedicado a ele.

F-O que é mais difícil: quando se está ensaiando ou representando?
E-Ensaiando, porque passamos pelo processo de criação, é uma delicia, mas é um momento onde a insegurança reina. No palco, o personagem já esta construído, depois é só afinar com o publico.

F-Quanto tempo dura o ensaio?
E-De 1 a 3 meses (depende da direção, cada diretor tem seu tempo de ensaio). Vai depender também da complexidade do espetáculo.

F-Como se faz para decorar um texto?
E-Costumo gravar a peça e fico escutando no carro, na fila e etc... Mas o ideal é ter alguém pra bater o texto. Assim decora mais rápido.

F-Já aconteceu de dar um “branco”?
E-Sim. A improvisação é a solução e, claro, dando o sentido do texto, outras vezes algum colega de cena ajuda.
F-Na sua opinião, o que poderia ser feito para as pessoas se interessarem mais por teatro?
E-Acho que o governo tem que investir mais em formação de público. Assistir a um espetáculo teatral uma vez por mês deveria fazer parte do currículo escolar. Acho que a cultura no Brasil está muito cara, o custo para montar e manter um espetáculo é muito alto. Seria maravilhoso se tivéssemos o apoio financeiro para fazer as apresentações grátis e atingir a todas as classes sociais.
F-Me fale uma coisa. O que o ator precisa fazer para conseguir chorar numa peça e também como fazer uma cena de beijo?
E-Tem que estar inteiro no personagem. Se você está no personagem, a emoção da cena acontece. Concentração é fundamental para o trabalho de ator. Nos ensaios, usamos memória afetiva para encontrar a emoção, depois de encontrada usamos a técnica. A respeito do beijo, beijando, o ator não pode fingir, tem que sentir, ser verdadeiro.
F-Atualmente, há peças onde há mais interação dos atores com o público. O que você acha disso?
E-Acredito que qualquer linguagem teatral bem feita é válida. O brasileiro é muito criativo, viajando pelo país conheci artistas geniais. Temos público pra esse tipo de linguagem também.
F-Uma peça onde haja recursos mais pobres de cenário, você acha que o público deixa de comparecer por causa disso, ou ele valoriza mesmo é o conteúdo da peça?
E-Um espetáculo emocionante não precisa de recursos para ser bom. Se você tem um bom roteiro e bons atores, a superprodução é desnecessária. Mas existem espetáculos que precisam de recursos maiores e fica fantástico!
F-Atualmente, ainda há peças que apelam para a nudez a fim de atrair público ou isto está desaparecendo?
E-A nudez sem conteúdo e gratuito sim é apelativo. No espetáculo “A Alma Imoral”, por exemplo, a atriz Clarice Niskier passa o espetáculo inteiro nua e fica perfeito com o texto. Não fica apelativo.
F-Você assistiu ao “Sete Minutos”, do Antonio Fagundes? Já passou por aquelas experiências (público conversando durante o espetáculo, atendendo celular, fazendo barulho, etc)?
E-No teatro, é inevitável passamos por experiências agradáveis e desagradáveis com o público, Cada espetáculo é único, até porque a resposta do público é muito importante.
F-Uma curiosidade. Por que as peças do Nelson Rodrigues são sempre encenadas ou filmadas?
E-O primeiro trabalho de Nelson Rodrigues foi no jornal do pai, na parte policial. O que ele escreveu são fatos que conheceu quando escrevia os acontecimentos nessa página . Ele cria uma dramaturgia genial para estes acontecimentos.
F-Que teatrólogo você acha que é mais difícil representar?
E-Tragédia Grega. Esse tipo de espetáculo tem que ser muito bem montado. Tenho muita vontade de montar “Antígona”.
F-Conte-me algo pitoresco que tenha acontecido em sua vida como artista.
E-Tenho uma filha que é bailarina e estuda na França. Ela estava no Brasil para uma visita e a convidaram para apresentar uma performance em um evento. Quando chegamos, achei o evento muito popular e disse a ela que talvez aquele público não entendesse o que ela iria apresentar. Ela me respondeu: “Mãe, não estou preocupada em agradar a multidão, apenas desenvolvi este trabalho e gostaria de apresentar, sentir se o público se emociona. Eles não precisam entender”. Resultado: adoraram o trabalho dela, todos vieram me parabenizar pela filha. Então, Lição número 1: Não subestime o público, entre no palco com confiança e inteiro.
Lição número 2: Cuidado com o preconceito, público popular é inteligente, a emoção acontece.
F-Erica, que conselhos você daria para quem deseja ser ator?
E-Primeiro tenha certeza que é esta é sua vocação, mas tenha certeza mesmo. Depois desta certeza, estude muito e vá com fé.
F-Que livros é importante que o iniciante leia sobre o assunto?
E-No Brasil temos poucas escolas com técnicas diferenciadas. Stanislavski é a base das escolas brasileiras, Seus livros são obrigatórios. Tem uma técnica genial que chegou há poucos anos no Brasil, Michael Chekhov no livro “Para o Ator”, ele tem exercícios excelentes para criação de personagens. Acho que o ator deve estar sempre estudando.
F-Há quem diga que o teatro está morrendo. O que você acha disso?
E-O teatro é uma manifestação artística desde a Grécia Antiga. Ele sobreviveu às guerras, crises econômicas... Enquanto houver ser humano, vai existir teatro. O teatro absorve rapidamente a tecnologia, som, luz, projeção, laser... Tudo o teatro absorve.
F-O que você considera marcante na história do teatro brasileiro?
E-A luta pela democracia. Admiro muito os artistas que lutaram contra o regime militar.
F-Érica, muito obrigado pela entrevista. Uma última pergunta. Quais são os seus projetos para o futuro?
E-Adoraria trabalhar em cinema. Sou apaixonada por essa arte e consumo bastante. Assisto a filmes europeus, iranianos, indianos, norte-americanos e, claro, argentino. Os argentinos sabem fazer cinema.
JOGO RÁPIDO
Um ator: Ricardo Darin. A adoro os filmes e atores argentinos, eles são de uma naturalidade ímpar.
Uma atriz: Ana Rosa Corrêa. Ana Rosa faz qualquer tipo de personagem. A rica, a pobre, a maluca, etc... Também gosto demais da Charlotte Gainsbourg, atriz anglo-francesa, filha do cantor Serge Gainsboug e Jane Birkin. Charlotte tem trabalho de emoção interior genial.
Uma peça: “Allan Kardec: Um Olhar Para a Eternidade” É muito bom poder levar mensagens de amor pelo Brasil.
Um grande teatrólogo: Bernard Shaw.
Um filme: Amo “O Baile”, de Ettore Scola”. Ontem assisti a um filme canadense maravilhoso! “Cafe de Flore”
Um livro: “Bíblia, versão não autorizada” Tenho me divertido demais com esses quadrinhos da Bíblia. Um humor muito inteligente.
Uma música: “Blues da Piedade”, Cazuza.
Uma frase: “Fora da caridade não há salvação”, Allan Kardec.
Trecho de uma poesia ou de algum texto: “De nuestros miedos nacen nuestros corajes y en nuestras dudas viven nuestras certezas. Los sueños anuncian otra realidad posible y los delirios otra razón. En los extravios nos esperan hallazgos (descobertas), porque es preciso perderse para volver a encontrarse”, Eduardo Galeano.
Uma palavra: Paz.
Uma cidade: Rio de Janeiro e Barcelona. Nessas cidades respiramos arte.
País: Brasil.
Alguma frase interessante que você tenha proferido em alguma peça: “Lisístrata”, de Aristófanes. “só mesmo um homem para acreditar que administrar um país é mais fácil que administrar um lar”.
O ator: Emoção.
O teatro: Uma paixão.
O político: O eleitor faz o político.
Governo brasileiro: Nosso governo está passando por uma limpeza, agora nos resta eleger um congresso mais honesto. O Brasil é roubado desde sua descoberta. Acredito que o povo vai aprender a votar depois de tanto escândalo no nosso congresso.
Uma frase de um grande teatrólogo: “Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem”, Bertold Brecht .
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